sábado, 3 de dezembro de 2011

Um pouco mais sobre a travesti Luma Andrade.



Desde os nove anos, Luma Andrade (ou João Filho Nogueira de Andrade) sofre preconceito por ser “diferente”. Agora, aos 31 anos, para compreender essa rejeição, Luma Andrade – como prefere ser chamada – ingressou no doutorado em Educação na Universidade Federal do Ceará, tornando-se, oficialmente, o primeiro travesti a alcançar esse nível da carreira acadêmica no país, de acordo com a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Luma é também servidora concursada do Estado, na Secretaria da Educação. Coordena 28 escolas em 13 municípios do interior do Ceará. A função permite que ela intervenha em casos como o de uma diretora que chamou os pais para reclamar que o filho era gay e de outra que queria impedir a entrada de alunos travestis que usassem batom. “Falei que isso não era certo, que era imoral. É preciso que entendam que a própria Constituição garante o direito de todos à educação, sem discriminação”, disse Luma, que sempre viveu em cidades do interior.

Luma hoje mora em Russas (165 km de Fortaleza). De acordo com ela mesma, o que enfrenta atualmente por ser travesti tem sido bem diferente do vivido pela maioria dos travestis de grandes centros urbanos. Filha de analfabetos pobres, ela disse que já chegou até a receber convites para “fazer programas”, mas que decidiu estudar para ajudar a família. A primeira dificuldade enfrentada por ela foi na terceira série, quando, por só brincar com meninas, apanhou de um colega da sala. “Quando fui chorando contar para a professora, ela virou e disse: “Bem feito, quem manda você ser desse jeito?”.

Um comentário:

  1. Ainda veremos o dia em que isso vai ser coisa do passado, tão vergonhoso quanto pensar na escravidão

    parabens menina, o que seria do mundo sem os pioneiros.

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